26.11.08

sobre ser nostálgica

estou escutando as músicas da formatura. é, as de cada um de nós. não sei bem porque, mas é um desses rituais necessários de tempos em tempos, como ler a publicação, ver fotos do equipe, ou olhar apostilas de trabalhos de campo antigos. e eu nem sei se a saudade é do equipe, das pessoas, de estar no colégio ainda - a segurança-, ou de qualquer outra coisa. sei que escutando esses pedacinhos de música lembro da correria pra editar tudo isso, da empolgação dos últimos dias, da vontade de que terminasse logo. e reconheço a cara e o jeito de cada um, ouvindo seus respectivos trechos. ah, não sei, é muito lindo isso. tô bobona. sinto saudade mesmo.

25.11.08

perdizes

esse post é só pra falar sobre o hobby, a visão da notoriuns com seus cartazes de promoção, a ladeirona da cardoso, e todo esse clima perdiziano que só quem vive(/u) nesse bairro-província conhece bem e sabe como é. e pertence tanto a todos nós. saudadinha grande, tal. (isso é porque no fim das contas só a laura aparece aqui mesmo, né.)

13.11.08

sobre não ter justificativas para chorar

as tragédias servem pra permitir a dor, pra justificar o choro e o sofrimento. passo a vida esperando por uma tragédia que me deixe chorar por dias e dias, sem ninguém em volta fazendo perguntas e tentando entender: a tragédia não exige explicação, te faz sofrer e todos ao redor já sabem o tamanho da dor, e respeitam. nunca entendi porque é tão difícil respeitar a dor alheia. semore achei que nenhuma dor é pequena e todas deveriam ter seu espaço, mas a verdade é que não há espaço no mundo para toda a dor: com algum critério selecionamos quais merecem espaço e quais têm que ser guardadas. as tragédias sempre merecem espaço. o problema é que quando se aproxima a idéia de uma tragédia real, a única vontade é a de que não aconteça (prefiro guardar todas as minhas dores a ter que viver essa). no fim das contas, existem dores maiores que outras, e provavelmente umas mais dignas de espaço também. o problema é que as menores e menos dignas continuam existindo, e poucas coisas são tão difíceis quanto guardar uma dor- ainda que seja uma dor sem nome. não é como se a tristeza fosse algo controlável ou passível de medida, não é como se pudéssemos deitar nas nossas camas e simplesmente dormir, com a consciência limpa por saber que a contenção da nossa tristeza está permitindo espaço para a tristeza de alguém. não. é esse não conseguir dormir e não saber começar nada, essa falta de vontade de se vestir, tomar banho, ou começar um texto (mesmo sabendo que o banho vai acabar sendo ótimo, e que no fim das contas o texto é bem interessante e útil). e pior é o não saber explicar nada disso, e ter que continuar ouvindo perguntas- não há nenhuma tragédia, não sou merecedora da ausência de perguntas. talvez eu só queira um pouco de silêncio e de mim mesma, sem tanta presença, tanta existência. mas parece que eu sempre vou precisar de alguém mais, e nunca vou saber quem.

7.11.08

velhos tempos de colônia

hoje conheci dois portugueses chamados miguel ("somosh miguéish"). e passei a noite inteira chamando eles de colonizadores. disseram que eu não sei falar português de portugal mas que eles sabiam falar português do brasil, e quando eu disse que eles eram donos da língua, ficaram muito felizes e admirados com o fato de uma brasileira ter dito isso.

o curioso é que esse encontro esquisito, com cervejas e provavelmente algumas drogas por parte deles, no meio de uma dessas multidoes eletronicas (cheias de luzes e dores nos pés, barulhos esquisitos e excesso de calor humano) me despertou algum tipo de emoção histórica, algo estranho e que eu nunca tinha sentido antes. e não é nem como se a gente falasse a mesma língua, sabe...